por Alice Maulaz
Nós somos cobrados o tempo todo: Em nosso trabalho, em nossa vida acadêmica, em nossas amizades e em relacionamentos. Tudo exige uma resposta instântenea e esperar se tornou o maior castigo em um mundo em que o imediatismo virou obrigação. Precisamos ser multifuncionais e de preferência, perfeitos…
Só que somos humanos e falhas farão parte das nossas vidas. Errar é saudável em todos os âmbitos, incluindo na literatura. O sucesso é importante sim, não estou nem de longe tirando o mérito de nossas vitórias, mas sim também dando mérito aos tombos e as vezes que simplesmente nos adaptamos às novas alternativas. Quando comento sobre o assunto, lembro-me desta observação de José de Alencar: ”O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.”
Essas coisas admiráveis acontecem porque às vezes nossa missão é o caminho e não o resultado. É como conquistamos as coisas e não o que exatamente conquistamos, não é mesmo?
Nós mesmos, escritores, sentimos uma pressão imensa para agradar a todos até entendermos que precisamos simplesmente escrever, sendo então agradar uma consequência ou reação…o que não pode é ser o objetivo real de qualquer projeto o tempo todo.
Nem sempre entendemos isso de primeira, eu mesma tenho dificuldade de colocar estes conceitos em prática. São complexos e nos fazem investir nosso tempo e energia, mas definitivamente depois que refletimos e tentamos superar estas questões mudamos o nosso modo de ver o mundo e entendemos o real significado de deixar-se em paz, conceito muito bem trabalhado em um dos livros de Fabrice Midal.
A meditação, em especial, está mudando meu jeito de ver as coisas aos poucos. Quinze minutinhos diários para contemplarmos a presença do existir é tudo que preciso hoje para me reconectar primeiro internamente e depois com o universo. Além disso, o esperar passa a se tornar tão valioso quanto a vitória.
Eu jamais poderia estar em paz para as pessoas que amo, se antes, eu não estivesse em paz comigo mesma. É um longo processo e um hábito,mas cada dia que temos neste universo é um presente.
Por isso, levante, acredite em si e faça o bem porque de alguma forma, você está transformando o mundo para melhor.
Alice Maulaz é escritora, professora, tradutora e wanderlust. Apaixonada por idiomas e viagens, escreve desde os 10 anos de idade sobre o seu próprio país das maravilhas.
Muito bom! A paz interior manda em nossos atos e relações.
Maravilhoso!
Exatamente assim…
Que texto Divino! Parabéns Alice!!!